Ciencia X Religiao

IMPLICAÇÕES DOUTRINÁRIAS

As pesquisas com células-tronco, envolvendo embriões, estão causando

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muita ansiedade nos meios religiosos, porquanto há necessidade de sacrificar os embriões, mesmo em fase inicial, sendo constituídos de apenas 100 células. Em verdade, através da fertilização in vitro, técnica também conhecida como bebê de proveta, muitos embriões estão sendo manipulados em laboratórios e a oferta é grande.
Algumas nações, inclusive a nossa, estão utilizando células-tronco adultas; portanto, sem a utilização de células embrionárias e estão obtendo ótimos resultados iniciais. Como as pesquisas estão em fase bem precoce, ainda é prematuro chegar a alguma conclusão a respeito da técnica ideal.
Os cientistas afirmam ser imprescindível não descartar o material embrionário nas pesquisas, porquanto as

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células-tronco de embriões são muito versáteis, proporcionando maior facilidade no acompanhamento de todo o processo de diferenciação celular, facilitando a ciência assenhorear-se dos mecanismos gênicos, envolvidos no processo.
A oposição dos grupos religiosos é intensa e radical. É muito fácil combater as idéias, quando estão na fase de elaboração e encaminhamento. Queremos ver a reação dos segmentos religiosos , se as curas, através das células-tronco, provindas de células embrionárias, se processarem, fazendo os paralíticos andarem, os cegos verem, a insuficiência cardíaca desaparecendo do contexto médico, assim como numerosas doenças sendo erradicadas do nosso orbe. Duvidamos que os conceitos religiosos serão inquestionáveis em caso de necessidade premente da cura, através das células-tronco embrionárias, para si próprio, para um familiar ou mesmo para um amigo.
Se imaginarmos um estudo imaginário de emprego de células-tronco em ovelhas, 276 embriões poderiam ser aproveitados, sem qualquer sacrifício do princípio inteligente. O mesmo pode acontecer na espécie humana, sabendo que pode haver formação de embrião sem que haja o espírito organizador da forma ali presente. Portanto, as células-tronco podem provir de um embrião desprovido de espírito.
Teoricamente, a obtenção de células-tronco embrionárias, através da clonagem terapêutica, contendo o princípio transcendental, baseando-nos nas pesquisas realizadas com a ovelha Dolly e com outros animais, é de 1%. Dos embriões resultantes da fertilização assistida, em tese, somente 20 a 30% contêm espírito. E agora, como raciocinaremos, diante do fato da obtenção das células-tronco ser conseguida às custas do sacrifício da entidade extrafísica?
Primeiramente, a certeza de que o acaso não pode presidir os fenômenos vitais, já que o Universo é regido por leis sábias e precisas. Efeitos inteligentes não podem ter como causa fatores casuais. Segundo Kardec, “um acaso inteligente já não seria acaso” (“OLE”, Q. 8). Portanto, está tudo sob controle superior, existindo uma Soberana Justiça, regendo toda a vida, proporcionando cada indivíduo passar pelas experiências necessárias ao seu progresso evolutivo, visando uma harmonia futura, dentro do contexto evolutivo, no qual toda a criação divina está mergulhada.
Os laços fluídicos, que o prendem ao embrião, facilmente podem ser rompidos. Se o espírito está ligado a um embrião, fecundado em laboratório, e não utilizado, não desejando participar, por algum motivo, da doação de suas células-tronco, mediante o seu livre-arbítrio, pode libertar-se, rompendo os frágeis laços, deixando seu corpo embrionário, aproveitado para o trabalho terapêutico. Nesse caso, não haveria presença de espírito, no momento da retirada das células-tronco.
Em outra possibilidade, estaremos diante, certamente, de encarnações grandiosas, compulsórias, de seres que negaram a vida no passado e agora doam seu precioso arcabouço físico, justamente suas células-tronco. Sendo espíritos, por exemplo, sem comando e psiquicamente desagregados, essas encarnações, perfumadas pelas flores da fraternidade legítima, dando ou doando de si próprios, serão muito necessárias aos seus espíritos, desejosos de paz e ansiando pela redenção espiritual.
Estamos, em tese, nos referindo aos ovóides, seres espirituais que sofrem um processo de auto-aniquilamento, isto é, ostentando pensamentos transitórios de desintegração psíquica dentro de si mesmos, vivenciando intenso remorso.
Certamente foram seres que, em diversas encarnações, utilizaram suas vidas contra a vida e, agora, estão utilizando suas vidas para a vida, doando, sob as bênçãos do Alto, suas tão ardentemente desejadas linhagens de células-tronco.

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