Possiveis Beneficios Das Celulas Tronco

As Células-tronco embrionárias são capazes de se multiplicar e dar origem a qualquer um dos mais diferentes tipos de tecidos que formam nosso corpo. Os cientistas esperam aprender a controlar o processo de multiplicação dessas células para substituir tecidos danificados. As pesquisas com células-tronco embrionárias representam uma chance de cura para doenças como Alzheimer, mal de Parkinson, diabetes, câncer, distrofia muscular, entre outras. Porém, sua utilização implica na destruição do embrião, o que gera polêmica no meio científico, religioso, filosófico e jurídico: O embrião é uma vida?

Para algumas pessoas, o ser humano se caracteriza no momento da concepção, e já é um ser vivo. Para outras, é necessário o desenvolvimento desse embrião no útero materno para que a vida humana seja caracterizada. Adil de Oliveira Pacheco, Diretor do Instituto de Ciências Biológicas da UPF e especialista em Genética, acredita que o foco principal do assunto deveria ser outro: o descarte. “Não teríamos que estar discutindo muito o início e o fim da vida. O que está se fazendo é uma grande tempestade, porque em todos os países que têm fertilização in vitro, inclusive o Brasil, os embriões se tornam inviáveis e são descartados, depois de certo tempo“ declara ele.

A corte julgará uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a Lei de Biossegurança de 2005. O artigo 5º da lei, autoriza a utilização de células-tronco de embriões inviáveis ou congelados há mais de três anos para pesquisas científicas, desde que com autorização dos doadores dos embriões. A ação foi encaminhada pelo ex-procurador-geral da República, Cláudio Fonteles. Para ele, a vida humana começa na fecundação e destruir embriões fere o princípio constitucional do direito à vida e a dignidade da pessoa humana.

A Igreja Católica compartilha da mesma opinião. “A partir da fecundação, existe vida humana. Todo embrião não é potencialmente vida. Já o é. E a vida é inviolável, ninguém tem direito sobre ela. Nada justifica sacrificar um embrião em vista de pesquisas e de possíveis benefícios para terceiros. Não é porque há embriões excedentes que se pode lançar mão deles” afirma o Padre Antônio Valentini Neto, pároco da Catedral São José de Erechim.

Já quem sofre com uma doença e pode ser beneficiado diretamente com as pesquisas, pensa diferente. É o caso de Victor**, que tem 44 anos e desde os 22 recebeu o diagnóstico de Distrofia Muscular do tipo cinturas - uma doença genética que causa a degeneração progressiva do tecido muscular, provocando fraqueza na cintura pélvica (quadris e coxas) e escapular (ombros e braços). “Me locomovo com dificuldades, tenho limitações para subir escadas e me levantar de qualquer lugar”, conta Victor. As experiências científicas com células-tronco embrionárias podem ajudar na reposição de tecido muscular e possivelmente, carregar genes que promovam a cura. “Estas pesquisas me interessam e muito. Pode ser que não dêem em nada, mas hoje é uma pequena esperança que temos. Se estes embriões serão descartados futuramente, por que não utilizá-los para tentar salvar ou melhorar a nossa vida?”.
. Não há como prever o tempo que os resultados levaram para aparecer. Mas, o professor Adil informa que "os países desenvolvidos que tem essa lei já votada, como a Inglaterra, estão tendo um avanço muito grande nas pesquisas, estão conseguindo produzir células importantes do sistema nervoso central". E ao concluir antecipa uma questão: “esse primeiro momento é a possibilidade de descobrir protocolos pra você pelo menos diminuir certos tipos de males que afetam seres humanos. Depois vem outra etapa: como vamos utilizar essa tecnologia?”.

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